Você sabe como uma tensão cultural pode afetar como os consumidores de determinada marca se comportam? Por exemplo, muito se fala em consumo consciente na atualidade. Ainda assim, muitas marcas insistem em ir na direção contrária.
Pensando nisto, será que não faz mais sentido falar do que realmente importa para a audiência? Este é apenas um recorte dentro de tantas tensões culturais.
Mas, o que é exatamente uma tensão cultural? Como criar conteúdos relevantes usando as tensões como tema?
O que são tensões culturais?
Para entender a expressão “tensão cultural”, é importante entender o significado destas duas palavras separadamente.
“Cultural” tem a ver com um modo de vida compartilhado por um grupo de pessoas. Já a “tensão” é um sentimento gerado em uma situação em que as pessoas estão ansiosas e não confiam umas nas outras. Esse sentimento é passível de conflito ou violência.
Sendo assim, a tensão cultural é uma percepção da sociedade sobre um determinado assunto que é um problema da maioria das pessoas.
Por que é importante conhecer as tensões culturais?
As tensões culturais são assuntos que afetam a vida e o comportamento de muitas pessoas dentro de um grupo — tanto de forma positiva quanto negativa.
Mas trazendo para o contexto da publicidade, as agências conseguem ter um direcionamento mais certeiro para suas campanhas ao decidir usá-las como base.
Mas será mesmo que isso é verdade?
Volte alguns anos atrás e relembre-se da campanha Real Beleza de Dove. Por que ela deu tão certo? Porque a Dove encontrou uma tensão cultural, que era o fato de a sociedade impor um padrão de beleza inatingível para as mulheres (e continua sendo verdadeiro!)
Entender onde o produto está e como as tensões culturais podem ser trabalhadas vai permitir:
- Criar campanhas atemporais;
- Ter um direcionamento certeiro para as campanhas publicitárias;
- Gerar resultados surpreendentes para as marcas.
Não é à toa que a Ogilvy Brasil ganhou 14 leões no festival de Cannes. Não é à toa que 7 das 10 agências mais criativas trabalham as tensões culturais em suas campanhas.
10 tensões culturais que estão mudando o mundo
Ansiedade, terapia, fake news, novo normal… São muitos os temas que não saem dos jornais e da mente das pessoas em todo o mundo.
Para encontrar tensões realmente relevantes, nosso time de Strategy da Winnin analisou os temas que melhor abordam os problemas sociais. O estudo foi baseado em uma análise dos últimos 12 meses.
Descubra, a seguir, 10 tensões culturais que estão mudando o mundo e entenda como as marcas podem entrar nesta conversa.
1. A necessidade de terapia
Não há como negar a crescente crise de saúde mental. Doenças como ansiedade, depressão, burnout e TDAH afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Com a pandemia, o problema se tornou ainda mais grave.
A ajuda profissional é muitas vezes inacessível, seja por questões financeiras ou de localização. Por isso, as redes sociais se tornaram fonte de informação para aprender a respeito, ter um diagnóstico e descobrir como tratar a doença.
Sendo assim, as pessoas estão confiando em criadores de conteúdos (profissionais de Medicina e afins) para se autodiagnosticar e se automedicar.

2. Pânico de envelhecer
Dos famosos filtros do Instagram às tendências do TikTok, as redes sociais têm colocado a juventude como um ideal. Mas esse ideal já passou do extremo. Envelhecer, ter rugas ou simplesmente parecer cansado não é visto com bons olhos.
Para lidar com essa temática, existem pessoas olhando para o movimento do amor próprio, mas, ao mesmo tempo, até os jovens estão buscando por procedimentos estéticos para evitar a realidade.

3. Adeus às redes sociais
O tempo de tela dedicado às redes sociais está mais alto do que nunca. Dentro desta tensão cultural as pessoas estão constantemente comparando a realidade com o que é postado no feed de influenciadores.
Nem é preciso dizer que esse consumo desenfreado das redes sociais está fazendo com que as pessoas percam sua energia tentando acompanhar cada update, sempre se sentindo com FOMO (fear of missing out, em português, com medo de perder oportunidades).
Por isso, surgiu o movimento que estimula as pessoas a darem uma pausa nas redes sociais e viverem a realidade de forma plena.

4. Viciados em viver
O aquecimento global, a pandemia, a crise econômica e o aumento exponencial de doenças mentais relacionadas ao trabalho estão fazendo com que as pessoas repensem suas vidas.
Por isso, elas estão passando a priorizar o bem-estar acima do trabalho, se demitindo quando necessário, e buscando um estilo de vida mais balanceado entre esses dois universos.

5. Fake news e o novo normal
Em abril de 2022, o magnata, investidor e fundador da SpaceX anunciou a compra do Twitter. Este evento reascendeu mais uma vez o debate sobre liberdade de expressão versus a censura.
Muitas pessoas de todo o mundo estão usando essa liberdade como desculpa para fazer discursos de ódio, fortalecer a polarização ideológica e disseminar fake news.

6. Cultura do cancelamento
Antes, o cancelamento era usado para pressionar celebridades e empresas a se posicionarem ou até se responsabilizarem por suas ações. Agora, se tornou instrumento de vergonha pública.
No entanto, ações que começaram de forma inocente tomaram outras proporções. Além de impactar na saúde mental das pessoas, essa cultura está gerando desinformação e polarização ideológica, fazendo com que as pessoas encontrem conforto apenas em grupos que compartilham a mesma opinião.

7. Monogamia
A pandemia intensificou as tensões já existentes nos relacionamentos, levando a um boom de divórcios.
Por isso, novas formas de relacionamento estão sendo consideradas mais do que nunca. Sendo assim, diferentes acordos precisam ser feitos para se encaixar na configuração dessa nova família.

8. Violência doméstica
Muitas mulheres passaram por uma demissão ou tiveram que deixar seus empregos durante a pandemia para cuidar de suas famílias.
Por causa disso, muitas delas se tornaram mais dependentes financeiramente de seus parceiros, o que as deixaram presas em relacionamentos onde são vulneráveis a diferentes tipos de violência doméstica.

9. Desejo por (trans)formação de mercado
Dentro da comunidade LGBTQIA+, as pessoas transgêneros são o grupo mais discriminado. Entre todos os problemas enfrentados, estão a falta de oportunidades de emprego formal.
As empresas estão realizando contratações de mais pessoas trans para colocar em prática o discurso de diversidade, no entanto, nem todas elas oferecem um ambiente seguro e livre de preconceitos.

10. Desperdício de comida x entretenimento
Criadores de conteúdo privilegiados estão jogando comida fora, com o único objetivo de tornar o conteúdo viral, com milhões de visualizações.
Para evitar que esse comportamento continue a crescer, outros criadores estão chamando a atenção para a cultura do desperdício e questionando o quão desrespeitoso e insustentável essas ações são, especialmente no atual contexto de crise climática.

Onde encontrar outras tensões culturais relevantes?
As tensões culturais são problemas que afetam diversos grupos sociais, quando não, toda a sociedade e até o mundo.
Os problemas sociais apresentados são globais, mas é impossível não reconhecê-los em nosso país também.
Por isso, a discussão sobre eles é tão necessária para moldar comportamentos e mudar rumos.
As agências que conseguem encontrar e inserir essas temáticas em suas campanhas se tornam relevantes. E melhor ainda, elas transformam campanhas em vídeos memoráveis na mente dos consumidores.
Mas, onde encontrar essas tensões culturais?
No Winnin Insights você vai entender os problemas de um público específico, onde ele está gastando seu tempo de tela, o que importa para ele e como essas tensões culturais estão sendo debatidas. A partir disso, você terá os principais insights para criar campanhas culturalmente relevantes.
Como sua agência deseja impactar a audiência das marcas daqui para frente?
