Responda a seguinte pergunta: o que conecta você a sua marca favorita?
Independente da sua resposta, é provável que tenha pensado em algo em que você é realmente apaixonado. Ou seja, acabou pensando em uma marca que conecta você a algo que goste bastante.
E para nós, criativos, que trabalhamos com as marcas, é essencial conseguirmos diferenciar o que é relevante para as nossas marcas versus o que é relevante para o nosso público.
Neste artigo, você vai aprender lições valiosas de um ex-diretor criativo, responsável por iniciativas que ganharam mais de 60 prêmios e, hoje, CEO e cofundador da Winnin, Gian Martinez. Esses insights também foram compartilhados no Brandcast, evento do YouTube para marcas, agências, creators e artistas.
O que é a cultura da relevância? Como criar conteúdos relevantes para a minha audiência conectando essas paixões? O que podemos aprender com as marcas e creators?
A cultura da relevância
A cada dia, mais e mais pessoas estão consumindo mais conteúdo em vídeo, em mais plataformas, e esse hábito está se tornando fundamental na cultura da relevância. No Brasil, vídeos já representam mais de 82% do conteúdo consumido na internet, segundo a CISCO.
Essa estatística ressalta a significativa mudança em como informação e entretenimento são entregues para as massas. Com essa mudança, surge a necessidade de se adaptar: se você não está criando vídeos relevantes para as pessoas, terá muita dificuldade de fazer parte da vida delas.
Estamos vivendo a era da cultura da relevância, que é a difícil jornada que todo vídeo, do mais profissional ao mais amador, precisa trilhar para se destacar em um mar infinito de opções e conquistar a atenção das pessoas. Porque se há alguns anos as pessoas diziam que o bem mais valioso era o tempo, hoje o bem mais valioso é a atenção. E para conquistar a atenção, você precisa ser relevante.
Provavelmente você assina diferentes plataformas de streaming e com certeza não viu alguma série que seu amigo assistiu e tanto amou. A dificuldade de “estourar” é cada vez maior.
Mas, ainda que a disputa pela atenção seja cada vez maior, ser relevante em escala é possível. E os dados provam que existe uma certa ciência por trás disso. Um exemplo recente? Barbie. Esse fenômeno cultural maravilhoso levou todo mundo ao cinema vestido de rosa, batendo recordes de bilheteria.
Mas como isso aconteceu? E, mais importante, o que podemos aprender com isso? E como podemos criar fenômenos culturais como este?
Antes de responder a essas perguntas, vamos entender o papel do YouTube nessa cultura da relevância.
Vídeos já representam mais de 82% do conteúdo consumido na internet. – CISCO
O papel do YouTube na cultura da relevância
Uma pesquisa feita pela Offerwise mostrou que 73% das pessoas concordam que nenhuma outra plataforma oferece a profundidade que os vídeos do YouTube oferecem.
A mesma pesquisa mostrou que 70% das pessoas declararam prestar mais atenção aos vídeos do YouTube do que em qualquer outra plataforma.
Isso acontece porque, quando as pessoas gostam muito de um assunto, elas não assistem apenas um vídeo, elas querem mergulhar naquela paixão. Sabe quando a pessoa só fala sobre um assunto? É bem isso.
O YouTube, indiscutivelmente, desempenha um papel único e extremamente importante na cultura da relevância. Não meramente uma plataforma de entretenimento, o YouTube se tornou um infinito repositório de conhecimento e paixões compartilhadas.
É um lugar onde as pessoas não apenas assistem superficialmente, mas se aprofundam nas nuances das suas áreas de interesse. Seja música, tecnologia, futebol, maquiagem, educação ou qualquer outro tópico, o YouTube se transformou em um santuário virtual onde os apaixonados por conhecimento e diversidade convergem.
E existe uma diferença muito grande no nível de intencionalidade entre descobrir e aprofundar. Descobrir sempre é o começo de tudo e é muito importante. Mas no aprofundamento, a atenção das pessoas está num nível muito superior. Não é à toa que o YouTube está invadindo e dominando as telas das TVs de milhões de brasileiros.
Como as marcas podem se conectar às paixões do público
Veja como as marcas podem se conectar às paixões do público:
1. Entenda as paixões do público que você quer atingir
Pode acreditar, aquilo que as pessoas amam de verdade não é coisa passageira. É como aquele brinquedo que você sempre voltava a brincar, mesmo com outros brinquedos novos ao redor.
Entender essas paixões têm muito a ver com buscar informações em fontes internas ou externas, por exemplo, a Inteligência Artificial para entender o que as pessoas estão produzindo, consumindo e engajando.
Quando você tem esse conhecimento, a conexão se torna genuína, principalmente para o seu cliente que está do outro lado da telinha observando sua marca.
2. Foque na mistura de paixões para ampliar as oportunidades de conexão.
Na Winnin aprendemos que existe uma dica de ouro para criar assuntos relevantes que se conectam com as paixões das pessoas de forma autêntica: foque na mistura de paixões.
As pessoas não têm gavetas onde guardam as coisas que gostam separadas e organizadas umas das outras. Nós humanos somos seres complexos e temos interesses diversos. Porém, em geral, a estratégia de conteúdo das marcas se estrutura demais em caixinhas, separando assuntos que se encontram no Youtube.
Por exemplo, que o YouTube é a plataforma onde os fãs de música mergulham nessa sua paixão todo mundo já sabe. Mas esse mesmo fã de música também é apaixonado por moda, questões raciais e games.
E a audiência apaixonada por games também ama Animes, Humor e Futebol. Enquanto o fã de futebol também ama vários desses assuntos. E também ama comida, claro!
Quando a sua estratégia de conteúdo trabalha nessa interseção de paixões só, além de criar coisas em geral mais criativas e inovadoras
3. Crie uma cultura criativa mais preditiva e menos reativa
Nesse mundo digital agitado, as marcas que se destacam não são apenas aquelas que seguem as tendências do momento. São aquelas que, com certa maestria, criam as próprias conversas que todo mundo quer participar.
Imagine isso como ser o contador de histórias mais legal em uma festa — você não está apenas ouvindo os boatos, você está falando sobre as histórias que todos querem contar.
Da mesma forma, marcas que realmente fazem diferença não só seguem a onda, elas estão lá, na crista da onda, criando momentos que as pessoas amam e querem compartilhar. Isso tudo acontece quando essas marcas sintonizam com o que as pessoas se importam profundamente.
E o que vemos na Winnin é que esse tipo de estratégia se conecta de forma muito mais profunda com as paixões das pessoas do que apostar apenas em conteúdo com data de validade, que vive apenas por 24h num feed.
Cases de sucesso do YouTube
Veja a cultura da relevância sendo colocada em prática por marcas e creators de diferentes segmentos:
Barbie
No caso de Barbie, a Mattel não se conectou apenas aos apaixonados pela boneca. Em torno do filme surgiu um ecossistema de vídeos conectando Barbie a paixões como Moda, Maquiagem, Feminismo, Nostalgia, Humor, Música, DIY .. em vídeos longos, curtos, podcasts, reacts, vlogs e muito mais.
Essa “customização em escala” criou uma “omnipresença” digital e cultural que alcançou diferentes audiências e impulsionou as vendas da franquia. Isso é ser relevante culturalmente.
Descomplica
É notável o feito alcançado pela Descomplica ao estabelecer um recorde significativo com o maior aulão preparatório online e gratuito para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no YouTube.
Nissan
A estratégia da Nissan de criar uma playlist de música para se concentrar no gênero Lo-fi é um exemplo perspicaz de como as marcas podem se conectar com sua audiência de maneira mais profunda e envolvente. Ao escolher um gênero musical popular no YouTube, especialmente entre a sua audiência-alvo, a Nissan demonstrou uma compreensão atenta dos interesses e preferências de seu público.
Ao criar essa playlist, a Nissan não apenas demonstra afinidade com os gostos de sua audiência, mas também oferece um serviço tangível que pode beneficiar as pessoas em seu dia a dia. Essa ação também reforça a imagem da marca como alguém que se preocupa com o bem-estar de seus clientes, indo além de ser apenas uma empresa automotiva.
Tinder
O exemplo do Tinder demonstra como as marcas podem se adaptar às tendências e criar conteúdo relevante que ressoa com seu público-alvo. Ao adotar o formato de videocast para discutir sobre sexualidade, com um foco específico nas mulheres, o Tinder aproveitou a popularidade crescente desse formato de mídia e abordou um tópico importante de maneira autêntica e envolvente.
A escolha de discutir sobre sexualidade, especialmente sob uma perspectiva voltada para as mulheres, mostra uma compreensão sensível das necessidades e interesses do público. Além disso, a abordagem espontânea do papo e a relevância do tema contribuíram para o sucesso viral desse conteúdo.
FutParódias
O exemplo do FutParódias é um caso fascinante de como a criatividade pode unir dois interesses populares, no caso música e futebol, para criar um conteúdo único e envolvente. Ao mesclar elementos de paródia musical com o universo do futebol, o FutParódias conquistou um público amplo que compartilha tanto a paixão pelo esporte quanto o gosto pela música.
Essa abordagem oferece uma forma diferente e divertida de se conectar com os fãs de futebol, ao mesmo tempo em que oferece uma releitura humorística de eventos e situações do mundo esportivo. Isso permite que a marca seja relevante não apenas durante as partidas, mas também antes e depois delas, criando uma conexão duradoura e contínua com seu público.
Natália Arcuri
A abordagem da Natália Arcuri do Me Poupe, que une educação financeira e empoderamento feminino, é um ótimo exemplo de como as marcas podem se conectar com as audiências em níveis mais profundos e duradouros.
Ao misturar temas como educação financeira e empoderamento feminino, a marca não apenas oferece informações práticas e valiosas, mas também toca em questões sociais e emocionais relevantes para muitas pessoas.
Essa abordagem se estende além de um único tópico e cria uma narrativa que ressoa com um público amplo, permitindo que a marca seja relevante em diferentes momentos ao longo do ano. Isso demonstra uma compreensão profunda das necessidades e interesses da audiência.
Como sua marca mergulha nas paixões da audiência?
Em um mundo impulsionado pela constante busca por conexões significativas, fica claro que a cultura da relevância desempenha um papel fundamental no sucesso das marcas.
Aquelas que conseguem estabelecer laços genuínos com as paixões e aspirações das pessoas têm maiores chances de prosperar.
É extremamente desafiador para as marcas se manterem relevantes, já que, mais pessoas estão criando mais conteúdo para mais plataformas. E na disputa pela atenção do público, vence quem consegue se conectar de forma genuína com ele.
Portanto, à medida que as marcas buscam se destacar em um cenário competitivo, a compreensão da importância de se alinhar com as paixões das pessoas e a escolha de plataformas que facilitem essa conexão se tornam critérios tão importantes quanto as próprias ideias. E agora que você sabe da importância do tema, é um caminho sem volta.
Como sua marca mergulha nas paixões da audiência?
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